No dia 20 de setembro, é celebrado o Dia do Engenheiro Químico, uma data que destaca a importância desses profissionais na indústria e na inovação. A ocasião também é uma pausa para reconhecer os desafios enfrentados pelas mulheres engenheiras químicas no mercado e seu notável destaque nas pesquisas relacionadas ao hidrogênio verde no estado do Ceará._
A engenharia química desempenha um papel crucial na transformação de matérias-primas em produtos úteis, contribuindo significativamente para diversas indústrias, incluindo energia, química, petróleo, alimentos e muito mais. No entanto, esse setor tem historicamente enfrentado obstáculos em termos de igualdade de gênero.
Segundo a engenheira química Diana Azevedo, atual diretora do centro de tecnologia da UFC e vice-reitora da instituição, as mulheres, apesar de suas qualificações e talentos, lidam com desafios diários para encontrar espaço no mercado. O estereótipo de que essa é uma profissão masculina persiste, e a representatividade feminina ainda é limitada em muitos lugares.
“É importante reconhecer e superar essas barreiras para garantir que as mulheres tenham igualdade de oportunidades e voz na área da engenharia química. Até bem pouco tempo, muitos processos seletivos para postos de engenharia na indústria, canteiros de obra, por exemplo, exigiam o sexo masculino. Além disso, a ausência de creches, alojamentos, e até banheiros, acabam por excluir mais ainda as mulheres”, enfatiza Diana.
No entanto, ela ressalta que no Ceará, existem razões para celebrar as engenheiras químicas. Nos últimos anos, muitas delas têm se destacado em pesquisas e projetos relacionados ao hidrogênio verde, uma fonte de energia limpa e renovável que tem grande potencial para transformar a matriz energética do estado.
“Seus esforços estão ajudando a impulsionar a pesquisa e o desenvolvimento do hidrogênio verde, tornando o Ceará um polo de referência nessa área promissora. Na UFC e na UECE, dentre os pesquisadores que tem aprovados projetos recentemente, destacam-se as professoras Carla Andrade, Fernanda Lobo, Mona Lisa Oliveira e esta que vos fala, Diana Azevedo. No cenário estadual, nossa secretária de relações internacionais é Roseane Medeiros, que lidera grande parte das tratativas do Hub de hidrogênio verde. Monica Saraiva Panik é consultora internacional da FIEC e Diretora de Relações Institucionais da Associação Brasileira do Hidrogênio (ABH2)”, reforçou a vice-reitora.
O hidrogênio verde é produzido através da eletrólise da água, utilizando energia renovável, como a solar e eólica. Esse processo gera hidrogênio limpo que pode ser utilizado em uma variedade de aplicações, desde o abastecimento de veículos até o armazenamento de energia em larga escala.
Diana ainda aponta a importância de continuar reconhecendo e incentivando o aumento da representatividade feminina na engenharia química. Para ela, as profissionais estão desempenhando um papel fundamental na pesquisa e na aplicação de tecnologias inovadoras.
“Juntas, podemos superar desafios e promover a igualdade de gênero no setor da Engenharia, garantindo que todos os talentos, independentemente do gênero, possam contribuir plenamente para a inovação e o progresso do nosso estado”, finalizou.