Em 2017, o Brasil passou por uma mudança significativa no que diz respeito à contribuição sindical obrigatória. Antes dessa alteração, a contribuição sindical era paga anualmente pelos trabalhadores o equivalente a um dia de trabalho por ano.
No entanto, a Reforma Trabalhista alterou esse cenário. Uma das mudanças mais impactantes foi tornar a contribuição sindical facultativa, ou seja, os trabalhadores passaram a ter o direito de escolher se querem ou não contribuir com o sindicato de sua categoria profissional.
Essa alteração teve diversas repercussões no movimento sindical brasileiro, como a redução na arrecadação sindical, uma vez que, com a contribuição sindical facultativa, muitos trabalhadores optaram por não contribuir, o que resultou em uma queda significativa na arrecadação dos sindicatos. Isso afetou diretamente a capacidade financeira dessas organizações para realizar atividades como negociação coletiva, assistência jurídica aos trabalhadores, e realização de campanhas e eventos.
O Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE), como outros sindicatos, também sofreu o baque da mudança. A presidente da instituição, Teodora Ximenes, lembra que foi preciso muita criatividade e trabalho para manter o sindicato com as contas em dia. A principal estratégia adotada foi tornar a contribuição atrativa, devolvendo o valor pago pelos profissionais em benefícios.
“Essa contribuição social é paga mensalmente ou anualmente, depende como a pessoa optar, e nós a revertemos em capacitação para os associados. Nós também temos outros benefícios, como a Unimed Fortaleza, a Uniodonto, convênios com farmácias, com universidades. Tudo são coisas que atraem o profissional. Então, o Senge faz com que seja atrativo os profissionais se associarem”, destaca.
Atualmente, o Senge-CE possui cerca de 5 mil associados. Em 2023, o sindicato registrou um superavit de R$ 412 mil, resultado que foi aprovado em assembleia por unanimidade. Ximenes ainda detalha que a receita do Senge-CE, além das contribuições sociais, é composta de benefícios de convênios com a Caixa de Assistência dos Profissionais do Crea (Mútua) e com o Conselho Federal de Engenharia e Agronomia (Confea).