
Após o acidente em Mariana (MG), maior tragédia ambiental do país, a ministra Izabella Teixeira (Meio Ambiente) defendeu ontem mudanças no processo de autorização de funcionamento de barragens no país. A ministra ponderou, entretanto, que essa decisão deve ser tomada após conclusão do que motivou o episódio.
“Todo acidente que acontece no mundo inteiro tem a fase de recuperação e depois os órgãos técnicos vão verificar todos os procedimentos de segurança associados àquele caso”, disse. E continuou: “Verifica-se normalmente, e você muda os procedimentos, torna mais exigentes para esse tipo. (…) Obviamente deverão ter mudanças no processo de autorização de funcionamento de barragens como essa”, informou.
Na tarde de ontem, a presidente Dilma Rousseff se reuniu por cerca de duas horas com representantes do governo federal, Espírito Santo, Minas Gerais e das empresas Vale e BHP, donas da Samarco, empresa responsável pela barragem.
Acordo
Segundo o ministro Luís Inácio Adams (Advocacia-Geral da União), a intenção foi avaliar a “evolução” de um acordo entre as partes, que deve ser anunciado até a próxima semana.
Ele destacou que Vale e BHP são “garantidoras” dos aportes financeiros para medidas ambientais e sociais previstas diante do impacto do acidente. A estimativa é de que serão necessários dez anos para a recuperação da bacia do rio doce.
“O horizonte de 10 anos é para restabelecer condições mínimas da bacia na área diretamente e indiretamente afetada”, explicou a ministra do meio ambiente.
“É um trabalho complexo. Vivemos a maior tragédia ambiental que o Brasil já vivenciou, e como tal o esforço pra uma solução envolve ações também complexas. Não tem soluções rápidas, fáceis. É um acordo para valer, não é apenas para assinar um papel”, disse Adams.
Fonte: O Povo (Folhapress)