Neste mês de novembro, celebramos o Dia do Engenheiro Eletricista (23). Representando os grandes nomes do nosso estado que trabalham neste segmento vital para a sociedade, o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Ceará (Senge-CE) traz um bate-papo com um dos grandes nomes da engenharia elétrica, que compartilha sua trajetória, as transformações da área e traz reflexões importantes para quem está começando.
Antônio Salvador da Rocha é mestre e doutor em engenharia mecânica, especialista em processos de fabricação auxiliados por computadores e professor, aposentado, da Universidade Federal do Ceará. Além disso, Salvador atua diretamente na curadoria das capacitações promovidas pelo Senge-CE
Confira a entrevista:
Como surgiu seu interesse pela engenharia elétrica?
Eu tinha concluído o curso técnico de mecânica e acreditava que haveria muitas oportunidades para quem tivesse conhecimentos multidisciplinares em mecânica e elétrica, o que hoje chamamos de mecatrônica. Ao ingressar na segunda turma de engenharia elétrica da UFC, comecei a ministrar aulas de Operações e Processos de Usinagem e Introdução a Manufatura Automatizada, o que confirmou minha visão de que conhecimentos em várias áreas são valiosos. Ao longo da minha trajetória, vi surgirem novos cursos como eletrônica, mecatrônica e automação e controle, além de áreas mais recentes, como a mecasoftrônica, que integra mecânica, eletrônica e informática.”
Qual é sua área de atuação de preferência?
Minha especialização foi na área de fabricação automatizada. Por isso, fiz mestrado e doutorado em engenharia mecânica, com foco em processos de fabricação auxiliados por computadores (CAD/CAM) e fabricação de precisão, que atua no limite da precisão existente no momento.
Como o senhor observa a engenharia elétrica diante da evolução tecnológica?
“O dinamismo tecnológico é uma realidade, com inovações surgindo em intervalos cada vez menores. O desafio das universidades é decidir se formam engenheiros especializados ou generalistas. Ambas as abordagens têm seus limites. O ideal é um profissional que combine especialização em uma área com conhecimentos diversificados em outras, o que é essencial em um mercado altamente competitivo.”
Que conselho o senhor daria para um estudante que está começando?
“Além de aproveitar ao máximo os professores, é indispensável desenvolver a habilidade de aprender a aprender. Isso significa buscar informações em fontes diversas, como outras universidades e empresas, especialmente usando a internet. O domínio do inglês é obrigatório, e outro idioma, como alemão ou francês, é recomendável. Diante das constantes mudanças tecnológicas, é importante saber aprender a desaprender, ou seja, estar disposto a esquecer o que sabe para começar de novo em uma nova área. Além disso, o estudante precisa equilibrar estudos intensos com as experiências boas da juventude. Garanto que, no futuro, isso trará recompensas.”
Engenheiros do futuro: adaptabilidade e inovação
A história e os conselhos desse profissional mostram como a engenharia elétrica continua a ser uma área desafiadora e repleta de oportunidades. O Senge-CE parabeniza todos os engenheiros eletricistas pelo trabalho essencial que realizam para o desenvolvimento da sociedade.