
A energia solar ajudará no deslocamento dos funcionários responsáveis pela segurança do Campus do Itaperi da Universidade Estadual do Ceará (Uece). As motocicletas e automóveis ficarão de lado, assim como o gasto com combustível e a emissão de gases poluentes, dando espaço para bicicletas elétricas, alimentadas com a ajuda de uma árvore solar.
Essa é a intenção do projeto em andamento da ECO Soluções em Energia, em parceria com o Mestrado Acadêmico em Ciências Físicas Aplicadas da Uece e a empresa PROJEC. Atualmente na fase de cálculos estruturais, a iniciativa se propõe a desenvolver o protótipo de uma árvore solar, com um conjunto de dez painéis fotovoltaicos, para alimentar uma frota de nove bicicletas elétricas.
Durante o dia, quando as bicicletas estiverem conectadas à árvore, os painéis carregarão as baterias das bicicletas. Quando as bicicletas estiverem em uso, a árvore repassará a energia para a rede pública, gerando créditos para a Uece utilizar posteriormente. A bicicleta com necessidade de carga à noite usará a energia da concessionária.
O coordenador científico do projeto é o professor Lutero Carmo de Lima, do Mestrado Acadêmico em Ciências Físicas Aplicadas da Uece. De acordo com o pesquisador, a iniciativa é inovadora no Brasil, mas não na Europa. “A inovação aqui pra gente é você colocar um equipamento dentro de uma universidade e essa universidade servir de experiência para quando você deslocar isso aqui pras comunidades, prefeituras”, explica.
Caso o projeto piloto tenha sucesso, outras estações com uma árvore solar e um bicicletário serão espalhadas pelo campus do Itaperi e, talvez, para o restante da cidade. “A empresa vai contar com produto testado e validado pela Universidade, com as partes científica e econômica já validadas”, informa o pesquisador.
Sobre o projeto
A iniciativa conta com o apoio da Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (Funcap), por meio do Fundo de Inovação Tecnológica do Ceará (FIT). De acordo com o projeto submetido à Funcap, existem diversos protótipos de árvores fotovoltaicas instaladas pelo mundo, principalmente na Europa, mas no Brasil a técnica de instalar um sistema fotovoltaico ainda permanece inédita. Enquanto nos sistemas tradicionais o posicionamento dos painéis fotovoltaicos é relativamente simples, a posição dos painéis da Árvore Solar da Uece será mais complexa.

De acordo com Geraldo Magela Moraes, arquiteto e sócio da empresa PROJEC Projetos e Consultoria em Engenharia, Arquitetura, e Meio Ambiente, a ideia das árvores solares surgiu como complemento para um projeto de triciclos elétricos solares compartilhados para pequenos percursos. A intenção era implementar o projeto até a Copa de 2014, mas foi preciso cancelá-lo.
“Por fim, a ideia da árvore permaneceu para os sistemas de compartilhamento de bicicletas e que poderia ser incorporada facilmente pelos sistemas já em uso no nosso e demais países. Foi quando apresentei o projeto a Eco Soluções em Energia e assim formamos uma parceria para executar o projeto das Árvores Solares, esquecendo os triciclos para a Copa de 2014 e associando a árvore solar às bicicletas elétricas”, explica Magela.
Segundo o arquiteto, o projeto é importante para avaliar e quantificar “essa forma inovadora de captação por painéis solares simulando a filotaxia das plantas, a sua eficiência, bem como a otimização dos espaços ante a disposição convencional das placas fotovoltaicas, geralmente localizadas lado a lado nas cobertas das edificações”.
Participação da Uece
O desenvolvimento da Árvore Solar fomentará a produção de conhecimento científico-acadêmico pela comunidade acadêmica da Uece. “Um exemplo: um aluno da Física Aplicada vai estudar quanta energia está chegando (aos painéis); quanto está sendo transformado em energia elétrica; quanto cada bicicleta vai consumir por dia; se precisa ou não de assistência da Coelce; se tem energia suficiente pra jogar na rede da Coelce”, exemplifica o professor Lutero.
Além disso, graduandos e mestrandos da Universidade realizarão outras atividades relacionadas ao desenvolvimento do projeto, como revisão bibliográfica, testes computacionais e testes com o protótipo em escala reduzida. “Como contrapartida, a Uece ganha mais um objeto de estudo, que pode gerar vários desdobramentos acadêmicos como teses de mestrados e estudos técnicos, além de se tornar a pioneira na utilização de bicicletas elétricas e solares”, ressalta Magela.
A ECO Soluções em energia conta com o auxílio da Incubadora de Empresas da Uece (IncubaUece), à qual é associada. A incubadora está prestando assistência à empresa com o intuito de viabilizar a execução do projeto. A missão da IncubaUece é estimular e apoiar empreendedores no processo de geração, consolidação e crescimento de micro, pequenas e médias empresas no Ceará, promovendo o desenvolvimento regional sustentável.
Mais informações sobre o projeto pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (85) 3261-9808.
Fonte: Funcap